Terça-feira, 13 de Junho de 2006

Capítulo I

       Tudo começou quando a professora de Língua Portuguesa propôs à turma que investigasse a lenda do célebre cavaleiro D. Fuas Roupinho, alcaide-mor do castelo de Porto de Mós e almirante de D. Afonso Henriques.

         A turma do 6º A, que está sempre pronta para uma “deslocaçãozinha “à Vila, logo idealizou uma visita de estudo ao referido castelo.

         No dia combinado, todos estavam a postos para a visita. Tinham de ir a pé, embora o castelo ficasse um bocadinho longe da escola e houvesse necessidade de descer à Vila e  depois  voltar a subir.

 O nosso lindo castelo, é o ex-libris de Porto de Mós, parece um castelo encantado, de fadas, príncipes e princesas, que fica num monte, bem visível de todos os lados.

         O Rúben, aluno muito endiabrado e aventureiro, adiantou-se com três colegas seus. Chegaram à porta do castelo, sem esperar pela professora e pelos outros colegas da turma, que estavam já cansados de tanto subir.

-         Olha! Que sucata é aquela? – exclamou ele admiradíssimo, correndo

 para aquele monte de latas, que  parecia um objecto não identificado, deixado pelos mouros.

-         Será o coche onde D. Afonso Henriques passeava com a sua

dama? - perguntou Marcelo, outro dos alunos que se adiantara e que estava sempre pronto para se meter em sarilhos.

         Por sua vez, a Eva e a Raquel também se aproximaram e começaram a observar aquele estranho objecto.

         O Rúben tocou levemente numa espécie de porta, que cedeu e num abrir e fechar de olhos, já se encontrava lá dentro, seguido do Marcelo, a mexer em todos os botões possíveis e imaginários.

A Eva, meio a medo, espreitou e ainda conseguiu entrar, mas entretanto a porta fechou-se automaticamente e o estranho objecto partiu a grande velocidade, voando pelos ares.

 A Raquel ficou boquiaberta e petrificada, com os olhos bem fixos no céu, onde aquele objecto desaparecera.

Foi assim que a professora e ou outros colegas da turma, a encontraram.

publicado por gil às 15:52
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Capítulo II

-         Raquel, o que aconteceu? – perguntou a professora assustada com o

 seu aspecto, mas ela pasmada não respondeu. Uns momentos depois, Raquel volta à realidade e a gaguejar, conta o que tinha acontecido:

-         “ Sto...stor...stora”, os meus colegas eclipsaram-se, desapareceram

 no céu, sem deixar rasto!

-         O quê, estás a brincar, não podes estar a falar a sério!? – exclamou

 a professora, sem perceber nada.

         Uns momentos depois, mais calma, a Raquel conseguiu finalmente  deixar de gaguejar e contar à turma, tim-tim por tim-tim, tudo o que tinha observado.

         Todos os alunos estavam em pânico, cada um especulando sobre o que podia ter acontecido ali. Por sua vez, a professora tentava a todo o custo contactar o Conselho Executivo, para que alguém a ajudasse a solucionar aquele enigma.

Enquanto isso, alguns alunos da turma entraram no castelo e em vez de encontrarem, como esperavam, o guarda, qual não foi o seu espanto, quando depararam com um homem muito estranho, vestido de cavaleiro, com uma espada na mão, que os assustou. Eles fugiram com medo, mas o homem acalmou-os dizendo-lhes que não tivessem medo, que não lhes fazia mal, aquela espada estava abençoada pela Nossa Senhora da Nazaré.

Além disso, também ele estava assustado com muitas coisas que tinha visto: a forma de vestir das pessoas, os estranhos objectos que transportavam e os carros onde se deslocavam, que não eram puxados por cavalos, mas andavam sozinhos. Gostaria ainda de saber onde estavam as pessoas que habitavam no castelo.

         Nesse mesmo instante, eles aperceberam-se que se tratava de D. Fuas Roupinho, o célebre cavaleiro, alcaide do castelo, que lhes contou ter aterrado ali, naquela que fora a sua residência, numa máquina do tempo, que se encontrava estacionada à porta do castelo.

         Nessa altura, eles compreenderam a estranha história da Raquel e foram a correr chamar a professora, para lhe apresentarem o misterioso cavaleiro da máquina do tempo.

publicado por gil às 15:51
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Capítulo III

Foi então que encontraram a professora  quase desmaiada,porque tinha visto a figura de D. Fuas Roupinho.

Quando se refez do susto foi cumprimentá-lo e disse-lhe:

-Muito bom dia!Por acaso viu os meus alunos, o Rúben que penso que se transformou em demónio, o Marcelo em veado e a Eva em mágica ?

Logo a seguir D.Fuas Roupinho respondeu-lhe:

 –Ah!Pobres criaturas!Devem estar algures no meio do universo, pois houve uma troca na tripulação da nave. De certeza que os alunos de quem anda à procura devem-se encontrar nessa nave!

A professora, mal ouviu estas palavras, deu um grito de aflição! Então os restantes alunos do 6ºA correram para o Conselho Executivo a avisá-lo do sucedido.

A turma do 6ºC que estava presente,ao ouvir isto, ficou muito preocupada, e foram  logo ter com o 6ºA para ajudar a resolver o mistério dos alunos desaparecidos.

Entretanto ,a Raquel emocionada decidiu entrar em contacto com a Sic Notícias para fazer a cobertura deste acontecimento tão insólito.Passados uns momentos, já estava no castelo a fazer entrevistas aos alunos, aos professores e aos pais. Claro, uma notícia destas, envolvendo também uma figura histórica, não podia escapar aos repórteres !

Enquanto decorriam estes acontecimentos, os três alunos desaparecidos viram-se no meio da BATALHA DE S. MAMEDE montados em cavalos. E ,para seu espanto, logo se aperceberam do sítio onde estavam e por isso decidiram gritar:

- Socorro, socorro, não sabemos lutar, nem andar a cavalo ! Alguém nos ajude !

Mas não adiantava nada gritarem, porque com tanto barulho das espadas e do galope dos cavalos era impossível alguém ouvi-los.

Neste intervalo de tempo, a Inês, a Margarida e a Rita afastaram-se um pouco do castelo, porque viram uma forte luz que as puxou para o meio de uma floresta perdida. Sem mais, nem menos, viram-se transformadas em três lindas princesas, que viviam com o gato das sapatilhas,( que era o Rafael )que por sua vez também se tinha eclipsado.

Entretanto, no castelo D.Fuas Roupinho contava as suas histórias e aventuras aos alunos e às restantes pessoas.

publicado por gil às 15:51
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Capítulo IV

Então os alunos do 6ºD que estavam em feriado e por acaso não tiveram aula de substituição, notaram a ausência de algumas turmas e logo trataram de saber o que se passava.

         Disseram-lhes que o 6ºA e o 6ºC tinham ido ao castelo de Porto de Mós e que o Rúben, o Marcelo e a Eva tinham viajado no tempo e que D. Fuas Roupinho estava lá a  contar aos outros alunos uma história. Acharam muito estranho mas como a curiosidade era muita trataram de saber o que se passava.

         A delegada telefonou ao seu director de turma, o stôr Gil a perguntar se dava autorização para se deslocarem ao castelo e… lá contaram a história toda. Ficaram a aguardar resposta pois não era fácil convencer o professor.

         Conseguiram persuadir a custo o stôr Gil dirigiam-se para o castelo. Explicavam e voltavam a explicar o sucedido mas estava a ser difícil o stôr acreditar. Chegou mesmo a pensar que uma história destas tratava-se de mais um texto recreativo para aula de Língua Portuguesa, a disciplina que ele leccionava.

         Chegaram e depararam-se com uma cena indescritível. Estavam boquiabertos. Ninguém sabia o que dizer ou fazer, até que de repente todos bombardearam o D. Fuas Roupinho com perguntas e flashes de máquinas fotográficas. A Raquel achou de mais o que estavam a fazer.

- Basta !  Ele não é nenhum boneco nem está habituado ao mesmo que nós! -Ralhou ela indignada.

Entretanto os seus quatro amigos, as três princesas Margarida, Inês, Rita e o gato das sapatilhas Rafael concordavam com o que a Raquel dizia e batiam palmas. A luz forte que os tinha eclipsado aparecera novamente e foram em direcção a ela a pensar que os tornaria normais de novo. Não foi bem isso que aconteceu, pois quando passaram o clarão viram-se num sítio maléfico e horroroso que era governado por uma bruxa-mor que se chamava Gorgélia. Mal lá chegaram foram recebidos pelos ajudantes de Gorgélia, Pedrélio e Ruélio, malvados bruxos, que os levaram a Gorgélia.

         - São muito bons! – Disse ela. – Estas três serão as minhas bruxinhas e este gato irá ser o meu mordomo pessoal. Muito bem Pedrélio e Ruélio! Merecem um prémio!

E apenas com um toque na sua varinha Gorgélia transformou as três princesas em bruxas e o gato em mordomo maléfico. Depois deu a Pedrélio e Ruélio as suas recompensas que eram dois dias no seu castelo com todas as mordomias possíveis.

Entretanto, junto ao castelo, estavam todos numa “aula de história”, com um verdadeiro personagem, atentos aos detalhes contados por D.Fuas Roupinho.

Os professores, nem queriam acreditar, como os seus alunos estavam quietos e atentos.

Enquanto isso, na Batalha de São Mamede, os três alunos pensavam numa saída para o seu problema. Terminada a batalha voltaram para o castelo. Todos olhavam de uma forma assombrada para as crianças. Provavelmente estranhavam as suas roupas da mesma maneira que D.Fuas estranhou a forma de vestir das pessoas que encontrou quando saiu da máquina.

Mesmo assim, sem temer nada, o rei convidou-os para um jantar no castelo para comemorar a vitória na batalha.                                                        

Todos estavam curiosos, para saber como foram parar ali aquelas estranhas crianças.

Elas estavam a gostar da experiência e começaram a contar todas as invenções e como tudo estava nos dias de hoje. A corte com muita atenção e alguma desconfiança escutava admirada.

Então, o rei pediu que ficassem, até encontrarem uma maneira de voltar para a sua época.

As crianças, aceitaram e enquanto esperavam ensinavam algumas coisas que ajudavam a melhorar a vida no reino. Achavam muito divertido viver num lugar, que já tinham estudado nas aulas de história. Mas, apesar da diversão, pensavam todos os dias numa maneira de voltar, porque já estavam com saudades de casa.

Será que vão conseguir?

publicado por gil às 15:49
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Capítulo V

Após o banquete, os três aventureiros decidiram esperar que todo o castelo adormecesse para poderem fazer uma investigação mais segura e tranquila.

 Descobriram nas masmorras do castelo uma réplica da máquina utilizada por D. Fuas e leram, rapidamente, os procedimentos a ter para poderem utilizá-la com mais segurança. D. Fuas até deixara, dentro duma retorta, uma poção que ajudava a descontrair, perante uma viagem tão longa, no tempo. Com algum medo, beberam-na. Entraram na máquina, puxaram a alavanca e “zás!”. Para trás, apenas ficou uma nuvem de fumo.

         Entretanto, o Rafael, a Margarida, a Inês e a Rita, mortos de cansaço por trabalharem para Gorgélia, foram beber água no fontanário que havia no pátio do castelo, apesar de terem sido, expressamente proibidos, pela bruxa. Seguiram-se alguns segundos com sintomas muito estranhos. Afinal, aquela água era milagrosa e  fez com que voltassem a ter memória das suas vidas. 

Ainda com a cabeça a andar à roda, ao verem o rebanho preferido de Gorgélia, olharam uns para os outros e gritaram:

         - ULISSES!

         Não pensaram duas vezes e correram a esconder-se debaixo das maiores ovelhas do rebanho, que estava a preparar-se para sair do castelo e assim conseguiram desaparecer dali.

         Já do lado de fora, olharam desesperados à sua volta e ficaram sem saber o que fazer.

         O mordomo das sapatilhas, com um ar malandro, tirou do bolso um mapa que roubara à bruxa maléfica, enquanto limpava o pó, nos seus aposentos. O mapa indicava a localização de um jardim encantado, cujo guardião era uma estátua de bronze. Seria o Rapaz de Bronze? Era preciso encontrar esse jardim porque só esse guardião, além da bruxa, sabia quais as palavras mágicas que os poderiam devolver ao século XXI, com o seu aspecto normal. Aguardariam pelo anoitecer, pois ele só adquiria vida, com a presença da Lua.

         No castelo de Porto de Mós, todos começaram a ver uma luz vinda do céu que os ofuscou terrivelmente.

Pensando tratar-se de algo muito perigoso, deitaram-se no chão. Apenas D. Fuas ficou de pé e suspirou, esboçando um sorriso quase imperceptível…

         Que estaria ele a pensar? E o Rapaz de Bronze, como iria ajudá-los?            

publicado por gil às 15:43
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Capítulo VI

D. Fuas Roupinho ficou a olhar intensamente para essa luz, lembrando-se que há muitos anos atrás, ao ver uma luz semelhante, recebera ajuda de Nossa Senhora de Nazaré. Sem dúvida que poderia ser um protegido de Nossa Senhora pois, uma vez mais, ela estava a ajudá-lo.

- D. Fuas, meu honesto Cavaleiro, vim novamente para te ajudar. Dentro de segundos, chegarão, sãos e salvos, os alunos que se encontravam na Batalha de São Mamede e iniciaram a sua viagem na máquina do tempo.

- Obrigado, obrigado e adeus! - exclamou D. Fuas com um olhar solene.

Entretanto, anoiteceu no Castelo da bruxa Gorgélia e o Rafael, a Margarida, a Inês e a Rita estavam cada vez mais próximos. Abriram os portões, andaram, andaram, andaram e lá encontraram o Rapaz de Bronze, no meio das maravilhosas mil cores do Jardim Encantado.

         - O que fazeis aqui? – perguntou o rapaz de Bronze. -a bruxa mostrou-vos o mapa?

         - Claro que não. Tens que nos ajudar, Rapaz de Bronze. Sabemos que não concordas com as suas maldades e conheces as palavras mágicas para quebrar o nosso feitiço.

          O Rapaz de Bronze ficou a conhecer toda aquela história tão misteriosa e gostou do grupo de amigos. Então sussurrou para que a bruxa não os ouvisse:

          - Pelo que me contaram, são boas pessoas e, por isso, vou dizer-vos as palavras mágicas. Elas são “Abracadabra, libertar os bons e prender os maus!”.

         - Muito obrigado, Rapaz de Bronze. Gostaríamos de ficar mais tempo mas, infelizmente, temos que partir já. Em Porto de Mós, devem estar muito preocupados connosco.

          Os quatro deram as mãos e, todos ao mesmo tempo, gritaram bem alto:

         - ABRACADABRA, libertar os bons e prender os maus! 

         E no espaço de um milésimo de segundo, viram-se de novo, no Castelo de Porto de Mós, onde tinham acabado de aterrar a Eva, o Rúben e o Marcelo, que estavam a ser atacados de perguntas.

         Realmente, foi uma aventura magnífica e diferente das vividas até ali.

         E D. Fuas, sabem onde é que ele ficou a viver?  Ficou a viver no sótão do castelo de Porto de Mós porque não lhe apeteceu voltar à sua era. Afinal, tudo aqui era mais moderno.

        E a bruxa? Essa ficou presa de castigo, nas grades que o seu próprio feitiço criou...

publicado por gil às 15:39
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